quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Desenvolvendo Seus Pontos Fortes

DESENVOLVENDO SEUS PONTOS FORTES


Por Suzana Silva





Na vida, como na quadra, todos têm nossos pontos fortes e nossos pontos fracos. Queremos dizer com pontos fortes, nossas qualidades ou aspectos da vida onde fluímos melhor. Por exemplo, podemos ter um grande poder de concentração para estudar ou facilidade para fazer novos amigos. Na quadra podemos ter um excelente saque ou um golpe de direita devastador. Por outro lado, podemos ter dificuldade para organizar nosso estudo ou dificuldade para prestar atenção quando o professor está falando; na quadra podemos ter pouca agilidade ou um jogo de rede medíocre.

Quando estamos no processo de aprender o jogo de tênis, é fundamental que o professor tenha em seu planejamento todos os golpes do tênis. Lembramos mais uma vez que os primeiros anos do tênis são formativos, ou seja, é preciso que se forme um tenista plenamente antes de iniciá-lo no processo de treinamento. Então, no planejamento de ensino é fundamental que o aluno tenha experiência em todas as dimensões do jogo, a saber:


  1. Jogo de fundo de quadra
  • Para tenistas iniciantes - Golpes de direita e de esquerda, saque e resposta de saque;
  • Para os avançados, o contra-ataque (passada, lob ofensivo e lob defensivo);
  1. Jogo de meio de quadra
  • Golpe de aproximação, bola vencedora e bola curta;
  1. Jogo de rede
  • Primeiro e segundo voleios, bate - pronto, voleio curto e smash.
  • No tênis moderno, deveríamos incluir também o swing volley, que é o voleio feito como um golpe de fundo, com preparação ampla, e efeito topspin; (aqui fazemos um apelo aos leitores: quem imaginou um bom termo na Língua Portuguesa que traduza swing volley, favor nos avisar; e, por favor, aprendam/ensinem o voleio normal, porque nossos tenistas profissionais estão bem carentes deste item).

Somente depois de conhecer o jogo de tênis como um todo é que tenista e técnico poderão definir seu estilo de jogo. Para compor o estilo de jogo de cada um, também há que se levar em consideração:

  1. O tipo físico do jogador (longilínio ou brevilínio);
  2. Sua dominância lateral de olhos, tronco, mãos e pés;
  3. Personalidade (introvertido ou extrovertido, se gosta ou não de tomar iniciativas, se gosta de planejar suas jogadas ou se é mais intuitivo etc.).

O que presenciamos mais no mundo do tênis infanto-juvenil são crianças que nem sabem o que é um golpe de aproximação ou que nunca experimentaram utilizar taticamente o saque para subir à rede e já estão colocados em programas de "treinamento". É como colocar o carro na frente dos bois...

Uma vez que o tenista já tenha aprendido todos os golpes, e também sua utilização tática em forma de jogadas simuladas, aí sim podemos começar a definir seus pontos fortes e pontos fracos.

Se as crianças já participam de torneios, vão sentir em que parte da quadra se sentem mais à vontade (fundo ou rede), com que golpes conseguem pressionar mais o adversário (saque, resposta de saque, golpe de direita, golpe de esquerda...), se gostam mais de atacar ou de contra-atacar.

E aqui vai mais um alerta aos pais, técnicos, e dirigentes: Os torneios dos primeiros anos de uma criança ou de um jovem, também devem ser encarados como torneios de formação. Portanto, cobrar resultados na fase de aprendizado do jogo, pode limitar muito o desenvolvimento do tenista completo, em seu potencial.

È necessário manter a perspectiva: É gostoso ganhar, mas o jovem está mantendo seu desenvolvimento? Aplica em quadra o que vem aprendendo nas aulas?Uma vez que o tenista experimentou de tudo e definiu seu estilo de jogo, aí sim a fase de treinamento propriamente se inicia.

Segundo Olivier Bourquin, técnico suíço que esteve palestrando no Brasil, dois terços do treinamento devem ser voltados para o incremento dos pontos fortes do tenista, para deixá-lo ainda mais confiante em seu estilo de vencer. Um terço do treinamento apenas deve ser dedicado aos pontos fracos, de maneira que o tenista não fique tão vulnerável nos aspectos do jogo onde não se sente tão confortável.

Vale a pena lembrar do trabalho realizado por Ricardo Acioly com o backhand de Fernando Meligeni: que beleza que ficou, mas Fininho continuou baseando seu estilo no forehand, e em sua magnífica capacidade de defesa e contra-ataque.


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