quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Slice e Chop

Slice e Chop

Luiz Sisto

O “slice” e o “chop” são, essencialmente, golpes de defesas, que em algumas poucas circunstâncias, podem ser usados em ataque, mas esse ataque é sempre sutil e com finesse, nunca um jogo de pura força.

Executando “slice” ou “chop”, deverá haver uma ligeira tendência a inclinar a cabeça da raquete para trás, mas sem exagerar, o contrário a bola será atirada para o ar. A diferença entre os dois golpes está no ângulo formado pela cabeça da raquete e a trajetória da bola. No “chop” o ângulo formado é maior do que 45° e no “slice” o ângulo formado é menor do que 45°. A técnica de execução de ambos os golpes é quase a mesma, enquanto o draive é sempre golpeado com movimento ascendente, em linha com a trajetória da bola, dando-lhe o efeito “topspin”, no “chop” e no “slice” são sempre golpeados em linha com a trajetória da bola, para baixo, com efeito descendente “backspin”. Assim ao passo que a bola no draive ao bater no chão pula para a frente, devido ao seu efeito ascendente, a “chop” e “slice”, devido a seu efeito contrário, tem a tendência a parar e afundar.

O “chop” e o “slice” não são, definitivamente, golpes de grande velocidade, uma vez que, o efeito contrário agindo contra o ar, faz com que a bola se levante e flutue. É um golpe que deve ser dado paralelo ao solo ou, se o pulo da bola for suficientemente alto.

Os principais usos do “chop” e do “slice” são:

  • Para quebrar o ritmo de seu adversário, mesclando-o com draives e para diminuir, em um ponto, a velocidade e o tempo (defesa).
  • Para devolução de saques muito rápidos (defesa).
  • Para controlar as bolas que o apanhem fora de posição, particularmente as que pulem alto demais, para a execução de um draive (defesa).
  • Como um golpe agressivo, atrás do qual se suba à rede (ataque).

Note que três, dos seus quatro maiores usos, são defensivos e somente um é de ataque. Mesmo este não é tão bom quando um draive, para ser usado frequentemente.

  1. Para quebrar o ritimo de seu adversárioQuase todos os tenistas gostam de adquirir um ritimo determinado e jogar mecanicamente. No entanto, conseguindo-se tira-los de seu ritimo, raras vezes conseguem readquiri-lo na mesma partida. Não há golpe que consiga tirar melhor o adversário de jogo do que o “chop” ou “slice” inteligente usado em variações com o draive. Somente o “slice”, ou mesmo uma percentagem muito maior de “slice” sobre o draive, não é bom. Mas misturando-o com o draive na proporção certa, é um ótimo forja dor de erros. Seu valor também varia de acordo com a superfície da quadra. Tem mais valor no saibro, onde o efeito é muito violento. A bola afunda mais, o pulo é mais baixo e mais curto. Pouco ainda em quadra dura, onde o pulo é muito alto e fácil de golpear, Contra um tenista que bate forte aumente os “chops”, para diminuir a velocidade da bola. Todas as vezes que você muda o efeito e a velocidade de seus golpes, obriga seu oponente a ser muito cuidadoso e, se sua concentração afrouxou, a mudança de efeito e velocidade o fará errar. O efeito do “chop” ou “slice” é cumulativo. Em alguns casos, seu oponente estará fornecendo a força nos draives. Os tenistas que batem forte gostam de bater uma bola pesada. Por outro lado, encontram dificuldade em imprimir velocidade a uma bola mole.
  1. Para devolver saques muito violento Tudo que aplica na defesa de draives violentos é também aplicável contra saques violentos. As vantagens ainda são maiores, porque o sacador tem que iniciar o ponto novamente, se você simplesmente devolve à sua quadra um “chop” ou um “slice”, bem fundo. Toda a vantagem do seu saque se perdeu e, psicologicamente, a pressão aumenta toda a vez que seu saque violento é devolvido dessa maneira.
  1. Para controlar bolas que o apanhem fora de posição Particularmente as que pulem à altura do ombro, ao levar um contra pé, o que acontece um bom número de vezes. Tenistas são apanhados muitas vezes na “terra de ninguém”, para dentro da linha de fundo, por uma bola que pula alto e que tem que ser devolvida à altura dos ombros. Nessas ocasiões é onde o “chop” funciona, com seu preparo curto e alto e o uso do pulso em movimento encurtado, é ideal para controlar a situação. Levante a cabeça da raquete e faça o movimento para baixo e através dela, assegurando-se de continuá-lo até o fim. O último uso do “chop”, o único de ataque.
  1. Como um meio de avançar à rede As mesmas regras de direção, profundidade e força, usadas o draive, são também verdadeiras para o “chop”, nessa ocasião. O “chop” de subida à rede é o único que deverá ser golpeado com força. Deve ser usado somente em bolas no meio da quadra, que pulem pelo menos a altura da cintura. É particularmente eficiente em pulos da altura dos ombros ou da cabeça. Sua maior vantagem está no fato que pode ser executado quase de qualquer posição e, usualmente, de um ponto mais perto do pulo da bola do que o draive, podendo o avanço, assim, ser um pouco mais rápido.
Não esqueça!

  • O drive é o golpe-chave e o mais importante de todos, pois é usado no ataque e na defesa.
  • O “chop” e o “slice” são de importância secundaria, mas são vitais para a defesa e para a possibilidade de se variar o jogo.
Nenhum tenista é completo se não possuir ambos os golpes em seu repertório. Um tenista é tão bom quanto sejam bons os seus golpes de fundo de quadra, não importa quão grande seja seu jogo de rede, pois somente atrás de golpes de fundo poderá ele chegar à rede.

Extraído, condensado e modificado do livro
“How to Play Better Tennis”
William T. Tilden - 1950

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