segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Saque

Saque


Noções gerais sobre o saque

Luiz Sisto

Potência e controle no saque são conseguidos pelo uso livre da cabeça da raquete e não por contorções e acrobacias, que se observam em tantos tenistas. O segredo da potência e controle está na maneira pela qual se controla o peso do corpo nos pés e no uso desembaraçado da raquete, no movimento livre do braço, em toda a sua trajetória, arremessada diretamente à quadra adversária. O saque nada mais é do que o arremesso das cordas da raquete, contra a bola, “colocada" a uma distância e altura onde possa ser confortàvelmente atingida. O movimento da raquete deve ser sincronizado com o da elevação da bola, de maneira que a cabeça da raquete e a bola atinjam o lugar correto, simultaneamente.

Existem vários erros que são freqüentes:

  • O primeiro saque violentíssimo, acertando um em mil e depois coloca o segundo bem fraquinho. Nenhum dos dois vale o esforço despendido e devem ser esquecidos.
  • Bola lançada muito alta e depois golpeá-la ao cair; prejudica o ritimo coordenado do braço e do movimento da raquete; tirar os olhos da bola quando ela demora muito no ar e instintivamente olhar a quadra adversária; O vento pode mudar a direção da bola, ou o próprio arremesso pode ser errado.
  • Bola lançada baixa prejudicará o ritmo do movimento e, provavelmente a bola irá na rede.

A virtude está no meio termo. A bola, no saque, deve ser golpeada em um ponto que possa ser confortavelmente atingida em um movimento simples e livre.

A posição, tanto em relação o lugar, como em relação à colocação dos pés, é a mesma para os três tipos de saque.

Sacar de uma posição, cerca de um metro e vinte centímetros do meio da quadra, com o pé esquerdo (se for destro) num ângulo de 45 graus com a linha de fundo e o direito confortavelmente atrás, com o peso distribuído. Não mova mais o pé esquerdo (pé base).

Evite fazer a “falta dos pés” (foot fault). Não há necessidade de se cometer falta com os pés e geralmente, quando são cometidas o são por “relaxamento”. As faltas mais comuns são:

  • Pisar na linha de fundo ou dentro da quadra.
  • Sacar andando, sem antes para completamente.
  • Sacar com o pé na linha (imaginária), do centro e da lateral da quadra, tanto de simples bem como de dupla.

Quando sacar, não esqueça a cortesia devida a seu adversário. Assegure-se de que ele esteja pronto para receber seu saque. A regra lhe faculta não responder se não estiver pronto.

Existem três tipos de saque e deles derivam todas as outras variações de algum valor. São eles os seguintes:

Slice (cortado)É o mais usado, porque é o que se adapta melhor a tenistas de qualquer altura e é igualmente fácil para crianças, jovens, homens e mulheres.

Chapado (flat) – Este tipo de saque é necessário que o tenista seja alto, para controlá-lo com qualquer potência. Muito usado como primeiro serviço.

American Twist – Este é um saque que qualquer tenista pode usar, mas, pelo grande esforço físico exigido poderá ser dominado após muito treino. É um bom segundo saque e é excelente em duplas, pois dá tempo ao sacador de segui-lo à rede.

Poucos saques podem ser golpeados com força suficiente para fazerem um “ace”, baseados só na potência. Colocação, mascaramento e surpresa, são elementos que dão valor a um bom saque.

Alguns tenistas costumam tornar-se bitolados em relação ao saque. Ou o considera “puro ataque”, e golpeiam a bola com força excessiva para terem controle e segurança, no primeiro e segundo saque; ou o consideram unicamente uma maneira de se “iniciar um ponto” e simplesmente põem a bola em jogo, sem nenhuma força ou direção. No entanto, o saque deveria ser sempre usado de modo a colocar seu adversário na defensiva, existindo muitas maneiras de se conseguir isso, além da pura força. O saque deve constituir-se de potência, efeito e direção, em proporções iguais embora tais proporções variem de saque para saque. Um dos maiores enganos no jogo de tênis é a crença de que um saque muito forte devido somente à sua força, seja difícil de devolver. Na verdade, quanto mais forte um saque, mais fácil se torna devolvê-lo (desde que se consiga alcança-lo com a raquete), usando a própria força com que vem impulsionado. O saque muito forte, para ser realmente eficiente, deve ter também direção controlada. O primeiro requisito de um bom sacador é o controle que lhe possibilite colocar a bola na esquerda ou na direita do adversário, à sua vontade. O segundo é uma quantidade suficiente de efeito que dê controle da bola no ar e que faça com que pique no lugar desejado. Concluindo, um saque de meia força, suficiente para impedir que o recebedor ataque, mas não tão forte que o adversário se acostume e não se surpreenda, ao se usar muita força, em determinadas ocasiões. O sacador realmente bom é aquele que varia efeito, força e direção em todos os seus saques. Não inicie um jogo usando sua máxima habilidade em sacar. Primeiro, seu braço ainda não está bem aquecido e poderá ressentir-se. Segundo, não terá reservas para as quais apelar nos momentos críticos e nos pontos culminantes de cada série, quando acima de tudo, seu saque deverá ser uma arma de ataque, que ainda tenha elemento surpresa para ser usado. Quanto mais crítico seja o ponto, maior cuidado a tomar com o saque. Acima de tudo, não o apresse. Nunca deixe o medo de errar, ou o nervosismo, encurtar ou prender seu movimento, pois isto redundará em erro. Não desperdice seu primeiro saque, só porque tem direito a um outro. A quantidade de energia gasta no primeiro saque errado, poderá ser justamente a que faltará (e custará a vitória), ao final de uma partida longa e duramente disputada.

Há uma outra razão muito importante para que você se concentre em acertar o primeiro saque, mesmo não sendo tão forte como desejado. Seu adversário, subconscientemente, espera que você erre o primeiro e não estará completamente preparado; ao passo que, se você erra, ele saberá que o segundo vai entrar e estará esperando para atacá-lo. Principalmente, se você tiver cansado seu adversário no ponto anterior, ponha o primeiro saque em jogo, com toda a segurança. Procure sempre disfarçar a direção, para conservar seu adversário na incerteza de que lado vai receber a bola. Somente se você estiver seguindo seu saque à rede, em jogo de simples, é que força, velocidade e profundidade se tornam imperativos.

Mantenha um saque variado, misturando velocidade, efeito e direção controlada e seu adversário ficará confuso. O saque deverá ser sempre para o sacador um fator positivo, e nunca negativo.

O saque, mais do que qualquer outro golpe, é uma questão de treino, treino e mais treino, e é com toda a certeza o menos treinado em todas as classes. Treino e só treino acostumarão seus músculos a responder ao comando de sua mente.

É o único golpe no jogo de tênis, no qual você não é afetado pelo golpe do adversário.

Extraído, condensado e modificado do livro
“How to Play Better Tennis”
William T. Tilden - 1950


O Saque é Sua Arma

Quando você faz um bom lançamento.

Pode só estar querendo sacar.

É através do lançamento perfeito

Que o saque sairá chapado,

Com efeito, forte ou devagar.

Se o lançamento não estiver no ponto ideal,

Você deve recusar,

Quique a bolinha três vezes no chão,

Para retomar a concentração e o seu corpo relaxar.

Dose a sua auto-estima, pensando, primeiro, só em melhorar.

Seja um sacador paciente,

Disciplinado e persistente.

O saque poderá ser a sua arma importante

Que irá “matar” pontos há todos instantes,

É só você treinar, treinar e acreditar.

Extraído do livro “Doce Colheita”

José Rodrigues da Costa -2003

Técnico/Professor de Tênis

Campeão Mundial Cat 55 anos/1999.


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